Eu gostaria de saber como ela fez. Jesus Cristo.
Ela entregou a criança e seguiu seu rumo ao Oeste.
Morou naquele quarto de hotel. O menor quarto
daquele hotel. Junto com ele e os cavalos. Lá,
ela amou os dois bebes loiros que viriam a morrer. Lá,
ela cortou seus cabelos porque queria ser imortal
como o guitarrista. Lá,
ela exclamou por Glória.
Oh, não é justo.
Oh, não é justo.
Depois de todas as mortes, ela mijou
no rio e criou assas. E naquele momento,
ela não era mais só garota.
Ela deu voz às pessoas.
Ela deu poder às pessoas.
Dançou descalça sozinha e com todos.
Sonhou que dançou e realmente dançou.
Dançou descalça sozinha e com todos.
Oh, não é justo.
Oh, não é justo.
Ela não viveu na Mesopotâmia e
não foi amiga de Cleópatra. Mas isso não a impediu
de viver a sua própria época de ouro.
Ela escreveu poemas,
amou,
dançou,
compôs,
exclamou por Glória.
E assim, fez a sua própria época de ouro.
(minha reinterpretação do poema “Edie Sedwick” da Patti Smith, mas dessa vez sobre a Patti Smith.)